Mestre Rezende
Das Minas Gerais, mais precisamente de Leopoldina, o jovem foi para o Rio de Janeiro, com a família, à procura de novos horizontes. Nas andanças pela Cidade Maravilhosa deparou-se com uma academia de jiu-jítsu, já famosa, e que estampava o nome de Hélio Gracie na fachada. Parou, auscultou o barulho interior e foi convidado a entrar. Despertou-lhe a curiosidade e fez perguntas. Porém, o que mais impressionou não foram as respostas, mas a educação, a cortesia e o respeito que dedicaram a ele – um desconhecido mineirinho. Gostou do que viu e mais, ainda, do que ouviu. Dias depois retornou, já para inscrever-se, mas faltava o quimono, obtido com muita dificuldade.
Das primeiras aulas à competição, foram algumas semanas, e o sabor de vitórias seguidas o seguraram no esporte do tatame. Isso tudo aconteceu antes de 1960, e, de lá para cá, muita coisa mudou, menos o amor pelo jiu-jítsu. Por volta de 1961, o jovem atleta recebia a faixa preta, optando por ser professor e não competidor.
Desenvolveu um trabalho muito grande no Rio de Janeiro, começando a atuar na Pavuna, Nilópolis, Duque de Caxias e na favela da Rocinha, para onde levou o PREV – Professor Rezende Esporte é Vida.
O tempo passou e, em 1993, o professor galgava o 7º Grau, passando ao 8º grau em 98, chegando neste 2008 ao 9º Grau. Funcionário da secretaria da Segurança Pública do Rio, aposentou-se há pouco, mas teve tempo, também, de voltar às Minas Gerais, onde pode dat oportunidades a que muitos de seus alunos passassem a ministrar aulas, orientados por ele, em Itanhandu, Varginha, Passa Quatro, São Lourenço, além de Cruzeiro, no Vale do Paraíba.
Quando chegou a Ilhabela, em 2000, conheceu Marco Antonio, o Picota, que o apresentou ao então secretário municipal da Cultura, Gilmar Pinna. Terminou sendo contratado como instrutor de jiu-jítsu, arrebanhando jovens e adultos, homens e mulheres, que se identificavam com o esporte e, com improvisados tatames, iniciou a orientação, mostrando conhecimento, seriedade, respeito e amor intenso a mais de 800 alunos. Hoje, 326 deles se dedicam ao esporte, treinam, competem, justificam a presença com os troféus e medalhas que trazem na bagagem, onde quer que aportem.
São sempre convidados, convocados e marcam presença, seja por conta própria, seja com a pequena ajuda da secretaria de Esportes do arquipélago.
E o professor se esmera em registrar todos na Federação e na Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Esportiva. Fim de semana passada, 14 foram ao Baby Barioni, em São Paulo , competir no campeonato sul-americano, de onde trouxeram 3 medalhas de ouro e outros excelentes resultados. Conseguiu classificar seus alunos para o mundial da modalidade, que será realizado em São Paulo , no próximo mês. Por tudo que esse homem faz, merece o mesmo respeito que oferece a todos, seja circulando pela cidade, seja nas aulas que são freqüentadas no Itaquanduba, na Barra Velha, no Sul ou mesmo no reino, onde a Associação de Amigos do Bairro lhe dá todo apoio.
Falamos, hoje, de João Rezende de Souza Filho, o Mestre Rezende, que está tendo seu trabalho reconhecido pela Câmara de Ilhabela, através de moções de Aplauso e Louvor, ao longo dos anos.
Mestre Rezende, executor de um trabalho de muitos méritos, porque para ter sob a sua tutela mais de 300 jovens e adultos, praticantes do jiu-jítsu, é necessário dedicação, amor e entrega total, para quem o pessimismo não existe e o otimismo é sempre uma clareira, uma esperança que desabrocha, não deixando enveredarem-se para caminhos escusos muitos dos que já foram espreitados e cooptados pelos falsos amigos.
Mestre Rezende, receba de toda uma comunidade os aplausos e a certeza de que não vai esmorecer jamais, porque a força interior que o move, transcende e ajuda iluminar o nosso mundo.
Ilhabela lhe é muita grata.
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